Os acontecimentos que envolvem está fazenda estão ligados à família Pinheiro, que não a fundaram, mas a gerenciam por mais de um século. Inicialmente chamada de Fazenda do Riachuelo e pertencente ao português Guilherme Dini, foi comprada por Herostraro Dias Pinheiro no início do século XX.
A chegada à antiga tulha da fazenda é feita por um corredor de imensas árvores seculares e de diversos tipos, até araucárias. Por volta de trezentos metros, através dessa passagem natural, abre-se uma clareira onde, destaca-se a majestosa estrutura. O prédio, imponente, nos remete ao grandioso período do café, do ouro verde. Com 700 metros quadrados, duas grandes salas e mais 10 cômodos, impressiona por sua grandiosidade e também pelo estilo arquitetônico diferenciado das construções da época. No alto da fachada, bem ao centro, um brasão indica a data da fundação do prédio: 1885. Inscrito no selo a frase “Facendo do Riachuelo”, evidenciando a ação que mais se pratica em uma propriedade rural: o fazer, no sentido de trabalho, ou seja, que o trabalho nunca termina… Na década de 80, a construção passou por uma reforma.
A mudança do nome Riachuelo para São Geraldo foi feito na aquisição pela família Pinheiro. Em 1995, transformaram a propriedade em uma empresa rural e passou a ser chamada Saga São Geraldo Agropecuária LTDA.
Com o passar dos anos, o patriarca Herostrato, já em idade avançada, resolve dividir a imensa extensão. O desmembramento ocorreu entre quatro filhos, e cada um deles ficou com uma fazenda: São Geraldo ficou com o médico anestesista e proprietário do Hospital Santa Rita, Dr. Caio Pinheiro. Márcio Lobato Pinheiro ficou com outra parte, batizada de Santa Justa. Santa Dulce, outra ramificação, permaneceu com Dulce Maria Pinheiro. Finalmente, Rubens Pinheiro, conservou outro fragmento intitulado Fazenda Pinheiro. Atualmente, apenas a Santa Dulce permanece de posse da família através de netos do fundador.
No auge da produção, chegou a possuir toda estrutura característica da economia cafeeira: escola, estação de trem, escritórios, colônias, palheiro e tulha. De 1990 até 1995, chegou a possuir 95 funcionários fixos; nos anos 2000, produzia-se 11 mil de leite por dia! No início das atividades, junto ao fundador (suas iniciais estão no Brasão desconhecidas), houve escravos, muros de pedra e senzala.
Segundo relatos de moradores que nasceram na fazenda, a simplicidade imperava – não havia rádio ou TV; possuíam café, leite, luz, lenha e viviam da fazenda. Nessa vida bucólica, todos eram felizes e adoravam viver no campo, apesar do trabalho intenso.
Hoje, com o nome de São Geraldo Agropecuária, a fazenda foi adquirida pelos sócios Fernando Louzada Costacurta e José Carlos Seixas. Por volta de dez anos administram as terras e produzem cana, cebola, trigo, beterraba, milho e gado de corte.
(Tirada do livro “Fazendas Históricas de São José do Rio Pardo”, realizado pelo governo do estado de São Paulo, Secretaria de Cultura)
Parabéns pelo site. Vc é um grande incentivador da história riopardense. Nosso muito obrigada pela sua dedicação.